domingo, 26 de março de 2017

Da Petição à Administração

Estamos em abril de 2017. Em março deste ano fiz aniversário de 1 ano de sessões de hemodiálise. São 3 sessões semanais de 4 horas cada. 52 semanas até agora, portanto 52 x 3 = 156 sessões. 156 encontros neste mesmo salão e suas máquinas barulhentas e com minhas amigas agulhas que, digamos, são um pouquinho mais grossas do que a da vacina da Febre Amarela. "É, meu caro, viver também é um processo doloroso" digo isso para mim mesmo. Mas esse texto não se trata de nada disso. Trata-se da Petição à Administração.

Eu oro, sabe? Oro todos os dias. Bom, veja bem...rs, quase todos os dias. Em regra, pela manhã após acordar e antes de fazer minha higiene pessoal; durante o dia, quando algum fdp me fecha no trânsito e eu sei que devo perdoá-lo mas fico com vontade de esganá-lo; algumas vezes antes das refeições; e, quando o cansaço me permite, antes de dormir. (Obs.: À geração dos que se consideram politicamente corretos, apresento escusas pelo "fdp". Escrevo, muitas vezes, sobre os meus sentimentos. Ademais, rezo porque sou réu confesso em minhas imperfeições. Aliás, muito imperfeito. Ou seja, sou normal). De tal forma que meu contato com a galera do "outro lado" é uma constante no meu dia-dia. Chamo-os de "Administração".
Durante esse último ano, em oração, eu agradeci por muitas coisas, questionei outras tantas e, de quebra, pedi algumas outras, sendo que um dos pedidos que figurou na lista Top 10 foi: cura-me?! Onde eu preencho o formulário e protocolo minha petição de cura? O que eu tenho que fazer para poder ter o direito de voltar a gozar de um corpo que filtra seu sangue de forma autônoma, milagrosamente numa imperfeita perfeição?
A ideia de que eu tenho que voltar dia sim, dia não aqui na clínica, como um carro tem de voltar a um posto de combustíveis para abastecer, me gera uma angustiante dependência. Se eu não quiser vir, a consequência é certa, ainda que não tão imediata: morte. Simples assim. Sabida assim.
Claro que, em alguns destes últimos 365 dias, rolou aquela deprê, é raro, mas rolou. Noutros rolou uma profunda culpa porque, por mais que eu nunca tenha cometido crime algum, fiz, como você, querido leitor, querida leitora, algumas m... na vida. Eu já disse, sou muito normal. Mas, no fim do dia, nem cura, nem respostas claras e objetivas às minhas solicitações me foram apresentadas pela Administração (pelo menos eu acho que não foram).
Tomado de alguma indignação pela mora de Deus, surgiu dentro de mim um raciocínio: ora, nesta altura do campeonato, o Administrador já recebeu minha solicitação. Já tomou conhecimento dela, como haveria de ser diferente depois de tanta repetição? E, até onde me consta na consciência, negou-a.  Mas, pense comigo, se Ele, que fez o Universo e tudo que nele há, se Ele que é bom e cuida de mim melhor do que eu mesmo, ora... Ele deve saber o que está fazendo. Em outras palavras, as coisas estão assim e assim devem continuar (pelo menos por enquanto).
Sim, amigo leitor, amiga leitora, estou convicto de que o acaso não existe. Que o imponderável sobreveio à minha vida e eu, sem poder reagir, escorreguei e caí! Mas que, por outro lado,  minha visão de vida é limitada até ali 5 Km à frente. E que Ele, do alto de sua posição, enxerga 10Km, 100Km, 1.000 Km ou tantos quantos ele queira de forma que limitar-me o caminho, força-me a pegar uma curva foi Sua opção. Que nesta estrada que ora sigo terei a oportunidade de ver a "estrada da vida" sob uma ótica que eu, sozinho, jamais poderia ter. Uma ótica instrutiva que faz de mim um homem ainda melhor (menos pior?) do que sou. Um homem cujos valores foram e estão sendo aperfeiçoados. É uma versão power do: o que não mata, engorda. rs
Todos têm problemas, e todos querem resolver seus problemas. Mas e se os problemas forem oportunidades para uma mudança positiva? Se as dificuldades forem portais pelos quais, uma vez ultrapassados, nos apresentam uma chance de conhecer um por uma nova perspectiva, um novo ponto de vista de enxergar as coisas?
Foi assim que eu fiz, é assim que eu tenho feito: enxergar as coisas sob um novo ângulo. Enxergar-me de um novo ângulo. Enxergar a parte do copo cheia, saca? E assim, tenho seguido em frente...
Permita-me uma provocação: e você e seus problemas, como os têm enxergado?

Um comentário:

  1. Doc Gerrad


    Olá, meu nome é Dr. Gerrad Mark do University of Abuja Teaching Hospital, sou especialista em cirurgia de órgãos e lidamos com a compra de órgãos de humanos que querem vender, se você estiver interessado em vender seu rim ou vender Qualquer parte do órgão do seu corpo. Entre em contato conosco para obter mais informações. Entre em contato via e-mail: abujateachinghosiptal@gmail.com

    Espero ouvir de você.

    Saudações,

    Dr. Gerrad

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